Uma dermatite autoimune que pode levar o cão à perda total da visão. Assim é a Síndrome Úveo Dermatológica (SUD), doença que entre os humanos é conhecida como Síndrome Vogt-Koyanagi-Harada. É comum entre animais das raças Akita, Chow-Chow, Husk Siberiano e Samoieda. Essa doença vitimou o cão Kiodai, da raça Akita inu, da fotógrafa Vólia Andriella de Melo Castelar. Há cerca de um ano, os primeiros sintomas começaram a se manifestar e, em apenas dois meses, aproximadamente, o animal já teve a visão perdida totalmente.
A síndrome tem possíveis causas genéticas, segundo a médica veterinária, Gabriella Queiroga, do Serviço de Oftalmologia do Centro de Cuidado Animal Dra. Andrea Melo. Ela acompanha o caso de Kiodai e adverte a todos os tutores que, uma vez diagnosticada a doença, o animal não pode se reproduzir.
Tecidos destruídos
Conforme explica a veterinária Gabriella Queiroga, esta dermatite autoimune canina acomete não apenas a pele do animal, mas também estruturas dos olhos. “Acontece uma destruição imunomediada da melanina ou dos tecidos com melanina, podendo até ocorrer um deslocamento da retina”, afirma – essa destruição dá-se através das células de defesa do organismo, daí ser autoimune; e com o deslocamento da retina, há a perda total a visão.
Os primeiros sintomas são os sinais de uveíte – inflamação intraocular, acompanhada de fotofobia e baixa acuidade visual. O animal passa a enxergar menos e tem dificuldades para ver em claridades.
Depois, conforme explica a médica veterinária, surgem despigmentações da pele, nariz, lábios, pálpebras, do escroto e dos coxins. Podem surgir também eritemas (vermelhidão na pele), eroões e crostas, quando o animal é exposto à luz solar. Para o diagnóstico, Gabriella Queiroz diz ser necessário descartar outras possíveis doenças de pele semelhantes, fazer uma biopsia da parte lesionada e o exame histopatológico.
O tratamento da síndrome consiste em altas dosagens de corticoide, tanto por via oral, com a utilização de comprimidos, como por meio tópico, com a aplicação de colírio.
A veterinária diz que o tratamento pode ser para a vida toda do cão, mas há casos em que o quadro de inflamação é reversível, possibilitando uma frequência diferenciada no uso dos medicamentos.
É possível um diagnóstico precoce, o que permite um maior controle da doença, evitando a cegueira do cão. No entanto, muitas vezes, quando o animal manifesta a inflamação, a síndrome já está em alto grau. Para todos os casos, é essencial o acompanhamento de um veterinário especializado em Oftalmologia. “Este acompanhamento pode prevenir muitos males na visão”, afirma ela. A veterinária adianta que o Centro de Cuidado Animal está aberto para esclarecer as possíveis dúvidas de criadores sobre esta síndrome canina.
Fonte:ANDA
bjs,soninha
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