O regime chinês exterminou 20.536 aves num mercado de Xangai nesta sexta-feira sob a alegação do aumento do número de mortes humanas por uma nova cepa da gripe aviária. A matança aconteceu depois que seis pessoas morreram por causa do vírus H7N9 e isso aumentou no exterior as preocupações com a transmissão da doença para humanos.
No extermínio, o governo local de Xangai fechou o mercado de aves vivas Huhuai e massacrou as aves, sem qualquer chance de defesa ou fuga para as vítimas. O massacre ainda pode se estender em outros mercados de aves vivas da cidade. Xangai era a moradia de pelo menos quatro dos humanos mortos pela gripe aviária do H7N9.
Apesar de indignante, o assassinato dos animais vem sendo noticiado sem qualquer remorso, num ato de descompromisso com o respeito à vida dos que sofrem. A Reuters divulgou a notícia do massacre naturalizando a violência da perda das vidas das aves e anulando o caráter de tragédia do acontecimento, dando ênfase, ao invés, às mortes humanas e à queda das ações de companhias aéreas nas bolsas de valores. A matéria acaba sendo divulgada como se as aves assassinadas fossem meros objetos destruídos e fosse normal e aceitável tratá-las como mercadorias em feiras.
O acontecimento chama a atenção para a múltipla tragédia que é a pecuária, tanto por tratar como coisas descartáveis os animais como por ser a causa direta de doenças incuráveis para animais não humanos e transmissíveis a humanos como a gripe aviária e o mal da vaca louca. Por causa dela, animais humanos e não humanos sofrem juntos, e extermínios a nível genocida são considerados acontecimentos normais e banais, a representar não sofrimento e morte, mas sim mero prejuízo econômico passageiro.
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