O Fila Brasileiro é a primeira raça de cão brasileira reconhecida internacionalmente, este cão de grande porte possui a feição de tristeza e carência, mas tem fama de agressivo e encrenqueiro. As grandes orelhas e bochechas caídas foram super populares entre as décadas de 70 e 80 e sua fidelidade ao dono deu origem ao provérbio "Fiel como um fila". Para conhecer mais sobre esta raça, a veterinária Daniela Nogueira Cremonini tira algumas dúvidas comuns e ressalta coisas boas e curiosidades.
Origem da raça:
O Fila Brasileiro surgiu na colonização do Brasil, quando os colonizadores trouxeram seus cães de trabalho para o novo continente. Entre estes cães estavam raças como Mastiff Inglês, Bloodhound e Bulldogue que, por fim, foram cruzadas entre si e deram origem a esta nova raça que logo começou a ser utilizada para muitas atividades. Juntos com os colonizadores, os filas ajudaram a conquistar novos territórios, perseguir escravos e a enfrentar animais silvestres como as onças. Em 1941, a raça foi reconhecida pela Federação Cinológica Internacional e três décadas depois caiu no gosto mundial.
Seu surgimento aconteceu através de cruzamentos entre o Mastiff Inglês (de onde herdou o porte e a pele flácida), Bloodhound (recebendo os genes para as orelhas baixas e o excelente faro) e o antigo Bulldogue Inglês, diferente da raça que encontramos hoje (responsável pela agressividade e a habilidade de combate com animais maiores). Outras raças parecidas são o Fila de Terceira, ou Terceirense e o Engelsen Doggen, ou Dogue de Fort Race.
Características físicas principais:
O cão é de grande porte e possui musculatura e ossos muito fortes. Sua cabeça é grande e a boca enegrecida, o que o fez conhecido mundialmente por 'Boca Negra'. Sua pele é flácida e enrugada e suas orelhas são grandes e voltadas para baixo.
Pelos:
Sua pelagem é baixa, lisa, curta e apresenta diversas cores como castanho, marrom escuro e preto. Os malhados e brancos são considerados impuros, apesar de no passado terem sido considerados puros e participarem de concursos.
Tamanho:
Pode variar entre 65 e 75 cm. O tamanho dos cães é determinado entre a altura das patas dianteiras até a cernelha (os 'ombros' dos cães - logo abaixo do pescoço).
Peso:
Pesam entre 50 e 70Kg. Sendo que os machos são mais pesados que as fêmeas.
Expectativa de vida:
Podem viver entre 8 e 12 anos. Expectativa normal pelo seu porte, já que quanto maior o cão, menor é sua expectativa de vida.
Problemas de saúde:
O Fila Brasileiro tem tendência à obesidade, por isso deve ser estimulado a se exercitar todos os dias. Suas grandes orelhas podem trazer otites crônicas com fortes dores ao animal e por fim, suas pálpebras flácidas podem fazer com que a conjuntiva fique exposta, causando ressecamento ocular, irritação e produção intensa de secreção.
Comportamento:
Apesar de ser um cão agressivo com estranhos, o Fila Brasileiro tem temperamento calmo e é muito fiel. É muito apegado ao seu dono e a crianças, além de aprender comandos com facilidade. Ele não gosta de ficar sozinho e quando fica, late muito e apresenta um comportamento inquieto.
Ambiente:
Se viver confinado ele pode ficar altamente agressivo. Por isso ele precisa de espaço e ainda assim, deve sair para passear todos os dias. O local não pode ter chão escorregadio e nem umidade, pois isto pode ser propício para problemas articulares e proliferação de fungos na sua pele.
Atividades:
Os passeios diários são essenciais e obrigatórios para todos os cães de qualquer raça. Com o Fila não é diferente. As atividades físicas são importantes tanto para o gasto de energia quanto para a sociabilidade com outros animais e pessoas.
Em que estação vive melhor?
Não possui uma estação em que vive melhor. É um cão que consegue se adaptar muito bem a todas as estações e condições climáticas moderadas.
Curiosidades da raça:
Muitos dizem que o cãozinho Xuxo, famoso na década de 80 e 90 por ser o cão da Xuxa, era um Sharpei, mas na verdade ele era um Fila Brasileiro. Xuxo era o melhor exemplo de que um Fila quando bem educado, pode ser calmo, amável e afável. A música "Meu Cãozinho Xuxo" foi feita em 1986, quando seu cão foi diagnosticado com uma doença grave e Xuxa achou que perderia seu animal. Felizmente ele ainda viveu muitos anos e em 1993 ela o apresentou para o público em seu programa. (vídeo acima)
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