Darlan estuda medicina veterinária na Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Nos laboratórios da faculdade, ele convive com várias espécies de animais, mas foi um peixe que fisgou seu coração.
“Ele nasceu aqui, por volta de oito anos atrás, e permaneceu. Se tornou um mascote, um amigo do laboratório”, conta o estudante Darlan Gusso.
E foi o olhar cuidadoso do Darlan que salvou a vida do animal. “Ele perdeu um pouco de peso, estava com dificuldade para nadar, então a gente resolveu fazer esse procedimento”, relembra Darlan.
O problema era um tumor. O procedimento, uma cirurgia no peixinho dourado. A montagem do bloco cirúrgico começou três dias antes. Entre médicos e auxiliares, a equipe mobilizada é de nove pessoas. Uma escola de veterinária não poderia ignorar um caso desses.
Peixes não têm voz, o que não quer dizer que não tenham motivos para protestar. “Assim como um cão sente dor, e a gente sente dor, um peixe também vai sentir”, afirma a médica veterinária Michelli Ataíde.
A anestesia é usada na água do tanque. Não é preciso muito para um paciente de 120 gramas. Logo o peixe para de nadar. Está na hora de tirá-lo da água. Para manter a pele úmida, ele será operado em cima de esponjas molhadas. O oxigênio chega pela água, através de uma mangueira fininha, na boca do peixe. Começa a retirada do tumor.
Um único equipamento mostra os sinais vitais do paciente neste momento que é o barulho do coração.
A cirurgia dura 15 minutos. O tumor vai para o laboratório para ser estudado. Ainda sob efeito da anestesia, o peixe mascote da universidade volta para o aquário.
Um peixinho desses pode viver até vinte anos. “A gente tem que ter esse cuidado com esses animais também, porque eles fazem parte, como qualquer outro, dos seres vivos”, afirma médica veterinária Michele Fagundes.
“O peixe te traz tranquilidade. Ficar olhando para eles parece que você fica aliviado”, diz Darlan.
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