O tempo esfriou e você quer ficar mais quieto e aquecido. É hora de comer bem, tomar muito líquido e cuidar da imunidade para evitar pegar uma gripe ou outras doenças de inverno. Com nossos cãezinhos a história é a mesma, mas as precauções devem ser ainda maiores. É nesta época do ano que a cinomose, responsável pela morte de 80% dos cachorros que a contraem, mais ataca. E para combater esse mal, transmitido no ar por um vírus, a principal arma é a vacinação. Sabe aquelas três doses que o filhotinho recebe nos primeiros meses de vida? Elas podem salvar a vida do animal, mas, para isso, devem ser aplicadas corretamente, sem atraso, e é essencial dar um reforço anualmente.
A cinomose não tem tratamento específico. O que se pode fazer é cuidar dos sintomas e adotar medidas para melhorar a imunidade do animal. Inicialmente, o cão infectado começa a apresentar secreção nasal, vômitos e diarreias. O quadro muitas vezes evolui para problemas neurológicos e ele passa a ter convulsão, para de andar e se alimentar, podendo chegar à morte. “Para mim, é a pior doença que se pode pegar, porque tem alta fatalidade, apesar de tratarmos, e tem a parte emocional. É muito difícil conviver e aceitar todo esse processo”, conta a veterinária Andréia Turchetti, que cuida de cachorrinhos internados com a doença no Life Hospital Veterinário.
Por falta de vacinação adequada, a frequência maior é em filhotes, mas cães adultos com o reforço atrasado também estão sujeitos. Principalmente nesta época do ano, o animal pode se expor ao vírus simplesmente ao sair de casa, pois nunca se sabe se outros cães no caminho estão saudáveis ou não. “Às vezes se um animalzinho espirra de um lado da rua, e o que está do outro lado pode pegar a doença. Por isso é tão importante que a vacinação esteja em dia”, reforçou a médica. Segundo Andreia, em países da Europa a doença está praticamente erradicada só com a vacina, por isso é tão importante conscientizar as pessoas.
Os meses de junho a setembro também favorecem as gripes nos cães, caracterizadas por tosse e secreção.O cão deve ser mantido hidratado e em ambientes quentes para evitar que a doença evolua para uma pneumonia. O cuidado deve ser ainda maior no caso de fêmeas amamentando e cachorros velhinhos ou debilitados, por exemplo. Os tutores devem ficar atentos a sinais de tosse, prostração, diminuição do apetite e secreções associadas, como nariz cheio e pulmão chiando. “Ao menor sinal desses problemas devem procurar um veterinário, principalmente se o animalzinho teve contato com outros cães”, diz a veterinária.
CONTÁGIO Ao contrário do que alguém pode pensar, a doença não passa do humano para o animal, mas o contrário, caso a fonte causadora seja a bactéria Bordetella bronchiseptica, pode ocorrer. O contágio ocorre geralmente onde há aglomeração de cães, por isso o nome tosse dos canis. Para evitar isso também há vacina por via nasal ou injetável.
É bom ter uma atenção maior nesta época do ano com os cachorrinhos braquicefálicos, aqueles com o focinho achatado, como pugs, buldogues e shitzu. “Eles têm todo o trato respiratório achatado e, por isso, uma predisposição a doenças respiratórias. Como às vezes os tutores já estão acostumados a vê-los tossir ou roncar, acabam demorando a ir ao veterinário e eles já chegam com um caso mais avançado”, afirma Andréia Turchetti. Os cães que sofrem de colapso de traqueia – o órgão é reduzido quando eles fazem muito esforço ou estão sob forte estresse – também merecem atenção especial, assim como os que têm asma ou bronquite.
Como cuidados ainda mais necessários no inverno, além das vacinas em dia, a veterinária cita a manutenção de um ambiente limpo e arejado. A alimentação deve ser com uma ração de boa ou excelente qualidade e o tutor deve manter água fresca à disposição. Outro item importante é manter o cão aquecido. Se ele apresentar a ponta da orelha, o focinho e o rabinho frios está na hora de colocar roupinha.
Pergunte ao seu veterinário sobre as vacinas contra:
» Cinomose e parvavirose
» Tosse dos canis
» Leishmaniose
» Raiva
» Giárdia
Atenção: a vacina deve ser aplicada somente por um veterinário. Eles são habilitados e têm conhecimento específico para isso.
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