fevereiro 01, 2016

Fotógrafa faz catálogo à ‘la Vogue’ com cães abandonados no DF

Cão de abrigo do DF posa para ‘catálogo de moda’ para incentivar adoção 
Foto: Poly Werneck/Divulgação)

A fotógrafa Polyanna Werneck decidiu chamar atenção para o abandono e a importância da adoção de animais montando uma espécie de catálogo de moda com 15 cães de um abrigo do Distrito Federal. Os animais “vestiram” lenços, lacinhos e cordões para as imagens, e o ensaio ganhou o nome de “La Vogue” – em referência à revista de moda considerada a mais influente do mundo. Publicado em redes sociais, o registro atingiu 265 compartilhamentos em quatro dias.

Os “modelos”, que tiveram um dia de celebridade – com direito a “comparações” a Angelina Jolie, Brad Pitt, Tom Cruise e Marilyn Monroe –, foram escolhidos com base em características “especiais”. Havia os que estavam no local há muito tempo e ainda não tinham encontrado família, os que se recuperaram após tratamento contra doenças e os filhotes. Polyanna conta que fez 200 cliques, todos no próprio abrigo, em uma área rural do Gama.

“Alguns pareciam sorrir para as fotos, outros já não gostaram muito por terem que ficar presos a uma guia para ficarem quietinhos, pois eles são acostumados a estarem soltos o tempo todo. Outros pareciam não entender nada do que estava acontecendo, então ficavam direitinho na posição em que os colocávamos”, lembra. “Não foi tão difícil assim, na verdade eu não fazia ideia de como seria, pois eles são imprevisíveis. Pensei somente que iria demorar, com medo deles não aceitarem ficar quietos, mas com jeitinho deu tudo certo.”

Cão de abrigo do DF posa para ‘catálogo de moda’ para incentivar adoção 
(Foto: Poly Werneck/Divulgação)

A fotógrafa diz que, desde então, já foi procurada por algumas famílias para saber se poderia registrá-las junto a seus animais. Ela afirma esperar que, por meio da iniciativa, as pessoas se sensibilizem em relação à causa animal. A ideia é também incentivar doações e estimular sentimentos de proteção e amor aos animais.

“Se os grandes artistas são vistos da maneira como os enxergamos, por que os animais também não podem ser tratados como grandes celebridades? Todos eles também possuem e dão amor ao seu ‘público’ [tutor], possuem grandes qualidades, fazem todos riem, são divertidos, ‘encenam’ grandes atitudes. Enfim, assim como qualquer pessoa, eles também possuem um coração batendo dentro deles, e, assim também como nós, só querem ser felizes e viver uma vida tranquila”, explica.

As imagens passaram a ilustrar as publicações cotidianas do Abrigo Flora e Fauna. A responsável, Orcilene Arruda de Carvalho, conta que há atualmente cerca de 300 cachorros e 200 gatos no local. Muitos deles são deixados por pessoas com câncer que não conseguem mais cuidar deles, após o tutor morrer e depois de resgates por maus-tratos. Em média, 50 encontram uma nova família todo mês.

O ambiente existe há dez anos e sobrevive à base de doações e trabalho voluntário. De acordo com Orcilene, há ajuda constante em relação à limpeza do abrigo, banho dos animais, alimentação e publicações na web. Por outro lado, há grande necessidade em relação a ração, material de construção e dinheiro para a conta de luz. Jornais e remédios também são bem-vindos.


Cão de abrigo do DF posa para ‘catálogo de moda’ para incentivar adoção 
(Foto: Poly Werneck/Divulgação)

“É muito gratificante as pessoas se interessarem pelo trabalho. A gente fica muito lisonjeada de ver que as pessoas se importam e doam o trabalho delas, se disponibilizam, cada um fazendo o que pode”, diz a mulher.

“[As fotos] Têm surtido um efeito muito bom. Mesmo que as pessoas não venham pelos animais que estão na foto, estamos recebendo bastante doações. Em virtude dessa divulgação, as imagens chegam a muitas pessoas, e muitas pessoas passam a contribuir mais”, completa.

Satisfeita com o resultado, a fotógrafa diz considerar um novo ensaio no local no futuro. Polyanna conheceu o abrigo por causa da irmã, que é voluntária, e diz ter se sensibilizado com a história dos animais. Segundo ela, há muitos casos de cães feridos ou que ficaram deficientes por sofrerem agressões do antigo dono.

“A ideia é que as imagens [futuras] supostamente ‘vendam’ os animais e suas qualidades. O local certo ainda não sei exatamente, mas provavelmente ali próximo do abrigo mesmo. Não tem como ser fora ou longe demais, a locomoção dos animais é meio complicada, então tem que ser feito por ali mesmo”, concluiu.


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