junho 16, 2017

76% dos animais que vivem no oceano brilham no escuro, diz estudo


A pesquisa foi a primeira a realizar a contagem de animais bioluminescentes, ou seja, que produzem luz própria, a diferentes profundidades do oceano.

As águas-vivas estão entre os principais animais que 'brilham no escuro'. Cerca de 97% dos cnidários (filo ao qual elas pertencem) são bioluminescentes (iStockphoto/Getty Images)

Se a iluminação do dia não chega até eles, 76% dos animais marinhos emitem sua própria luz, segundo estudo publicado na quinta-feira no periódico Scientific Reports. A pesquisa foi a primeira a quantificar os animais bioluminescentes – ou seja, o número de habitantes marinhos que “brilham no escuro” – a diferentes profundidades do oceano. No caso, os cientistas tomaram como referência a Baía de Monterrey, na costa dos Estados Unidos, e realizaram a contagem de todos os animais luminosos que vivem em uma região que vai da superfície até 4.000 metros abaixo dela.

Para os pesquisadores, o estudo mostra quão comum a bioluminescência é na natureza. “Não são apenas alguns peixes do fundo do mar. São águas-vivas, minhocas, lulas, todos os tipos de coisas”, diz em comunicado Séverine Martini, pesquisadora do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey (MBARI, na sigla em inglês). Há décadas a ciência se inspira na capacidade de bioluminescência de alguns organismos para realizar pesquisas, especialmente na área da saúde, levando ao desenvolvimento de novos medicamentos e métodos de detecção de doenças. “Considerando que o oceano profundo é o maior habitat da Terra por volume, a bioluminescência pode certamente ser considerada um traço ecológico majoritário no planeta”, escrevem os autores na conclusão do artigo.

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