A vermifugação de cães e gatos tutelados, principalmente em famílias com crianças, deve ser um cuidado frequente e programado.
Existem uma infinidade de parasitas que podem colonizar o organismo de cães, gatos e humanos. Há que se considerar que não existe um único medicamento que possa agir em todos os tipos de vermes e o mais indicado é uma vermifugação individualizada. Os vermífugos usualmente encontrados no mercado, podem agir sobre a maior parte dos parasitas, mas não são 100% eficientes.
Ao se adotar um animal, ele deve receber um vermífugo de amplo espectro, mas é de grande importância que se faça um ou mais exames parasitológico de fezes, para se averiguar se algum verme mais específico pede um tratamento individualizado.
Existem dúvidas também sobre a frequência das vermifugações e também não existe um protocolo único. Os vermífugos não ficam agindo por longos períodos de tempo dentro do corpo do animal, ou seja, vão saindo com o bolo alimentar-fecal e levando consigo todos os vermes. Se o animal ingerir vermes dois ou três dias depois, estará contaminado novamente. Desta forma, se o animal sob sua tutela vai com você todos os dias à rua, as chances de contaminação são maiores e pode ser necessária uma vermifugação mais frequente, a cada três ou quatro meses. Se seu tutelado nunca vai à rua, duas ou três vermifugações ao ano podem ser suficientes. Lembrando que, se houver alteração na consistência das fezes e presença de gases, pode ser indicado um exame de fezes. Não é portanto anedóctico ou exagerado um cão que vai à rua com sapatos. Você vai à rua descalço?
Gatos em apartamentos, que não têm acesso à rua, podem receber vermifugação anual nos primeiros anos de vida e não são raros aqueles que apresentam exames sequenciados negativos, o que dispensaria vermifugação frequente.
Por outro lado, gatos que têm acesso à rua são mais expostos e podem requerer vermifugações a cada quatro meses, com a praticidade de vermífugos que podem ser aplicados em gotas sobre a pele. Para esta espécie também vale a recomendação de exames parasitológicos caso se observe alteração na qualidade das fezes.
As gatas e cadelas gestantes devem receber atenção especial, porque as alterações hormonais na gravidez podem “acordar “alguns parasitas que estavam adormecidos por muito tempo sem causar sinais e provocar contaminação ainda no útero ou pelo leite.
Muitos vermes são zoonoses, e os tutores que alimentam seus companheiros com frutas, legumes e verduras, não devem se esquecer de lavá-las adequadamente.
Pelo exposto acima, pode se concluir que o grande problema dos vermes são a re-contaminação. Aquele cantinho de terra no quintal que seu tutelado faz de banheiro, pode ser um criatório particular de vermes que se desenvolvem na terra e na umidade. Manter uma limpeza diária e cuidar para que haja grande incidência de sol resolve isto.
Os parasitas intestinais não são uma monstruosidade a ser temida. Bastam cuidados de higiene, vermifugações frequentes de acordo com cada caso, exames de fezes pelo menos anuais e curtir. Vale assistir um filme juntos no sofá, beijar na boca e dizer que ama sem medo de ser feliz...
*Texto de Leonardo Maciel Andrade*
Leonardo Maciel Andrade é graduado em medicina veterinária pela UFMG, com aperfeiçoamento em clínica e cirurgia pela UFMG. Mestre em clínica e cirurgia pela UFMG. Especialista em animais silvestres. Ex-parecerista dos comitês de ética da UFMG e PUC-MINAS. Sócio proprietário do Animal Center Hospital Veterinário, que recebe animais silvestres do tráfico e cativeiro clandestino. Co-fundador da Associação Bichos Gerais. Professor de clínica de animais silvestres da PUC-MINAS.
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