abril 18, 2016

Diagnóstico tardio leva à morte de 70% dos filhotes de cães com cinomose, em Manaus (AM)

Diagnosticado com a doença em 2014, Guerreiro Anael venceu a 
cinomose após seu dono desembolsar entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. 
(Foto: Divulgação)

Facilmente evitada através da vacinação, mas bastante comum entre cães até 9 meses de idade, a cinomose canina ainda mata até 70% dos filhotes infectados, devido ao diagnóstico tardio. Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas (CRMV-AM), o médico veterinário Carlos Augusto Carneiro, a falta de controle pela maioria dos tutores é um dos fatores que contribuem para a incidência da doença.

“Como se trata de uma virose, o controle deve ser feito através da vacinação entre os animais jovens, o que nem sempre é feito por alguns tutores. A imunização ocorre em três doses, com um intervalo de aplicação entre 21 e 30 dias, e deve ser renovada anualmente”, orienta.

Além da vacinação, o isolamento dos filhotes, durante os três primeiros meses de vida, da presença de outros animais, especialmente os não imunizados, é outra medida de prevenção que deve ser adotada.

Com uma taxa de letalidade elevada, principalmente entre os filhotes, a doença, de acordo com Carneiro, inicia, geralmente, com uma gripe acompanhada de secreção nasal, assim como dores nas articulações no período noturno, diarreia e, em último estágio, a contração da musculatura do crânio do cão. O especialista alerta que nem todos os animais apresentam todos os sintomas, por isso, gemidos noturnos do animal devem servir de alerta para os tutores.

O tempo de sobrevida de um animal após a apresentação da sintomatologia nervosa varia de quatro a seis meses, entre os filhotes. Já entre os cães adultos, o médico veterinário afirma que a doença vem sendo paralisada com maior facilidade pelos profissionais, permanecendo, porém, sequelas, como os espasmos nervosos, uma vez que o vírus atua no sistema nervoso central. “Naqueles em que o diagnóstico foi precoce, as sequelas não costumam ocorrer”, explicou.

Transmitida pelo Coronavírus, a cinomose acomete exclusivamente cães e é considerada altamente contagiosa. Quando um tutor tem um cão diagnosticado ou já morto pela doença, a orientação, de acordo com Carneiro, é fazer o ‘vazio sanitário’, ou seja, dar um intervalo de três a seis meses para adquirir outro cachorro, principalmente filhote, além de eliminar os brinquedos e outros objetos do animal e desinfetar o local para eliminar a presença do vírus.

Realizado o diagnóstico, o tratamento da cinomose, segundo o veterinário, deve ser feito com medicamentos. E pode custar caro, conforme relata o empresário Lúcio Flávio Vasconcelos, que desembolsou entre R$ 4 mil e R$ 6 mil para ver o cão doméstico, batizado de Guerreiro Anael, livre da doença. “Gastamos bastante, mas o importante é que ele está vivo”, comemora.

Lúcio Flávio conta que o diagnóstico da doença foi dado em 2014, após adotar o animal, que havia sido resgatado de uma situação de maus-tratos e estava com idade estimada entre um ano e meio e dois anos. “Assim que adotamos ele, em fevereiro de 2014, marcamos a consulta com o veterinário. Na época, nem conhecia a doença, mas iniciamos o tratamento e ele, hoje, está curado”, conta, acrescentando que, na época da adoção, Guerreiro Anael já apresentava espasmos musculares.

Para garantir a administração das injeções diárias, cada uma ao custo de R$ 500, Lúcio afirma que se afastou 30 dias do trabalho. Apesar das sequelas, como espasmos na mandíbula e no corpo, Guerreiro Anael é, hoje, um cão ativo e peralta, segundo o orgulhoso tutor.

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