Com a temperatura média de 40º C registrada desde a última semana em Cuiabá (MT), até os animais buscam aliviar a sensação de calor e alguns cães chegam a chupar gelo para se refrescarem. A alternativa está sendo usada pelos tutores que, ao verem os cachorrinhos sofrendo com a baixa umidade do ar, deixam forminhas com água no congelador. Na terça-feira (2), Cuiabá bateu o recorde de calor com 40,7º C e, no início desta semana, um termômetro localizado no Centro de Cuiabá marcou 41º C.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), a temperatura deve continuar alta e a umidade baixa na próxima semana, o que tem alterado a rotina dos cuiabanos. Os invernos em Cuiabá costumam ser bastante quentes e secos, com temperaturas que superam os 35º C com facilidade. Entretanto, este ano o calor extremo tem se mantido por mais tempo do que o de costume. No restante do ano, as temperaturas também costumam ser altas na capital mato-grossense, mas com índices mais altos de umidade relativa do ar.
O labrador ‘Toddy’, por exemplo, de quatro anos, tem dado várias demonstrações de que está sofrendo com o calor, segundo a tutora dele, personal trainer Verusca de Souza. “Ele fica com a língua para fora e perto de mim o tempo todo, como se estivesse me pedindo socorro. É só eu dar algumas pedrinhas de gelo que ele se acalma e acaba até tirando uma soneca depois”, relata.
A personal trainer é de Cuiabá, mas morou em Londrina (PR) por três anos. Quando partiu, levou o Toddy que ainda era filhote. Há apenas quatro meses retornou para a capital mato-grossense e trouxe o animal junto. Ela conta que o cão ainda está se adaptando com o clima e, agora, vive o pior período que já passou.
“Lá era mais fresco, temperatura amena, o que ele estava acostumado. Aqui [em Cuiabá] fica ofegante, inquieto e tem que ficar dando água o tempo todo. Além disso, ele não pode ver uma mangueira que já se aproxima de mim como se pedisse para tomar banho”, comenta.
Ainda para se refrescar, Toddy gosta de ficar deitado em algum local molhado e chupar gelo no período da tarde, quando o calor está mais intenso. Na residência, de acordo com ela, há outros dois cães. Um deles também é labrador e gosta de se refrescar tomando muita água ao longo do dia. “Esse em questão não é muito chegado ao banho”, destaca.
Verusca conta que o outro é da raça pinscher e por ser de pequeno porte não tem tido muitas reações por conta da temperatura. Ela conta com a ajuda da mãe, Fátima de Souza, para ajudar a resfrescar os cães e manter sempre cheias as forminhas de gelo no congelador.
O médico veterinário Fernando Freitas explica que, diferentemente das pessoas, os cães não transpiram pela pele e que a língua pendente é um dos sinais de que o animal sente calor. Contra isso, eles contam com pequenas áreas do corpo como o nariz e as “almofadinhas” das patas, conforme o veterinário.
“Como esse período é bem quente e diferente de outros meses é necessário tomar alguns cuidados com os animais até para que eles não desenvolvam algum tipo de problema ou doença”, pontua. Freitas observa que não há problema em oferecer gelo aos cães desde que não seja constante. “Tudo em excesso prejudica”, diz o profissional.
Ele destaca que no caso da raça labrador por se tratar de um animal de grande porte e que fica fora da residência a tendência é de que sofra mais com o calor do que os que são criados dentro das casas. Além dele, outros também sofrem devido a pele, como das raças shih-tzu, lhasa e chow-chow.
Dicas
Segundo o veterinário, é preciso deixar água à vontade para o animal. Para mantê-la fresca, troque a vasilha várias vezes ao dia. Isso evitará que ele fique desidratado. Não passeie com o cão em horários quentes. Além de sofrer com o calor, ele pode queimar as patas. Leve-o para a rua em momentos mais frescos, como o início e o final da tarde, e ande em lugares sombreados. Use protetor solar apropriado para animais. Não esqueça de aplicar produtos anti-pulgas e anti-carrapatos ao menos uma vez a cada trinta dias. No verão, ocorrem infestações de parasitas externos causadores de alergias na pele.
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