...primaveril e repleto do amor de Deus por todos nós,
que os teus dias sejam muito abençoados para todos nós!!
*soninha*
beijinhos de luz!
Na minha rua existem inúmeros gatos sem dono, são os famosos gatos de rua que passeiam para lá e para cá, sem destino, sem receberem um afago, sem terem um cantinho seu onde dormir, alguém que sinta a sua falta e o procure, o alimento, a água, enfim, são seres solitários que evoluem à deriva da sociedade.Percebi que eles reviravam o lixo da rua à cata de restos de alimentos e, sensibilizada com a situação destes seres sem dono, passei a comprar e dar-lhes ração, sobras de comida, leite e água. O número cresceu; a partir daí passaram a vir para o nosso pátio onde coloco a água e o alimento em dias de chuva e/ou muito sol, ali eles deitam, dormem, miam...rs...sentem-se em casa. Gostei de poder compartilhar o meu canto com eles embora eu nem tenha muita afinidade com gatos.Hoje pela manhã, abri o basculhante da cozinha e vi que já havia 03 no pátio aguardando o "café da manhã". Coloquei direitinho a ração e a água ali mesmo no pátio pois ameaçava chover, não quis colocar no passeio com receio que chovesse e empapasse a ração. De repente, visualizei do outro lado da rua uma mancha negra como se fosse um gatinho deitado, mas não se movimentava. Estranhei, porque eles são bem ariscos durante o dia. Como tenho catarata bi-ocular o que dá uma sensação de visão embaçada constante, fui pessoalmente, ver de perto, do que se tratava. Era mesmo um gatinho, e estava morto.Havia sido morto, provavelmente por atropelamento. O corpinho já rígido, o rostinho desfigurado e ele, ali jogado, como se fosse um lixo qualquer. A minh'alma doeu e os meus olhos choraram, não no momento pois tive que me fazer de forte e pedir à minha neta que o colocasse dentro de um saco para que não ficasse ali à toa. Ela o fez, eu agradeci e fiquei a refletir na grandeza e ao mesmo tempo, transitoriedade da vida.No dia anterior ele corria pelas ruas, era um filhote de uma das gatas que gemem nas madrugadas da vida sob o jugo dos gatos famintos de fêmeas; hoje ele estava ali parado, sem vida, sem medo da minha presença, apenas um corpo cujo princípio inteligente o abandonara a fim de prosseguir na sua jornada rumo à evolução.Minh'alma doeu e não resisti...chorei!!E fico a pensar na triste vida solitária de todas estas criaturas sem teto, sem dono, sem amor e sem carinho: animais e humanos!soninha