O distúrbio da “gravidez psicológica”, que é muito conhecido entre as mulheres, também pode ser desenvolvido pelas cadelas. Com o nome científico de “pseudociese”, esse fenômeno ocorre em pessoas e animais e exige muita atenção dos tutores, para que a fêmea não tenha problemas de saúde.
Não é nada difícil reconhecer os sintomas da doença no bichinho: a cachorra passa a produzir leite e tem aumento do tamanho das mamas, mesmo não estando gestante. Donos que seguem à risca o cuidado de levar periodicamente seu pet ao veterinário não devem ter maiores problemas para identificar o problema.
Além da alteração corporal, o comportamento da fêmea também muda. A veterinária Marcela Barbosa, da pet shop Petit Ami, no bairro de Pinheiros (São Paulo), explica que a cachorra pode começar a organizar ninhos e a adotar outros animais ou objetos, como brinquedos, como se fossem seus filhotes. Alguns tutores também relatam sintomas como apatia e falta de apetite.
“As cadelas mudam o comportamento e podem, sim, se tornar agressivas”, diz Marcela Barbosa, “exatamente como uma mãe cuidando e protegendo suas crias”. Ou seja: é bom prestar atenção se, além das mudanças no corpo, a pet começa de uma hora para a outra a rosnar e a avançar em direção aos donos.
Segundo a especialista, não se sabe ao certo a causa desse distúrbio em cadelas. “(A gravidez psicológica) não está relacionada diretamente a nenhuma outra doença reprodutiva da fêmea”, diz a veterinária. Por outro lado, uma vez que a pet tiver o distúrbio, outros problemas de saúde podem surgir.
Veterinários explicam que podem ocorrer inflamação da glândula mamária (mastite) e retenção de leite (o popular “empedramento”), caso a fêmea comece a produzir o alimento. Nos casos mais graves, de acordo com Marcela, pode até chegar a ter tumores de mama. Isso acontece porque a produção hormonal excessiva da gravidez, mesmo que psicológica, predispõe o animal ao câncer.
Com tudo isso em jogo, é importante levar a mascote levar ao médico à primeira suspeita de gravidez. No entanto, os donos não precisam ficam assustados: na maior parte das vezes, não é necessário tratamento para a pseudociese. O comportamento estranho da fêmea tende a cessar após duas ou três semanas. O médico pode apenas sugerir o uso de colar protetor, no modelo chamado de "abajur", para os casos em que o animal apresentar compulsão por lambedura, já que o ato pode acabar estimulando a produção de leite. E se a agressividade for excessiva, não é descartado o consumo de tranquilizantes.
No entanto, para evitar todo o estresse do animal - e dos tutores! -, o recomendado é a castração. “A castração cessa a produção de hormônios diretamente relacionados com o comportamento da gravidez psicológica”, diz a veterinária Marcela.
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